quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Hospital de Itanhaém fará parto indígena

Respeitando as tradições indígenas de alimentação pós-parto e entrega da placenta à mãe o Hospital de Itanhaém passará a oferecer um atendimento diferenciados às parturientes das tribos guaranis. A ação faz parte do Projeto de Resgate da Medicina Tradicional da População Indígena desenvolvido pelo Governo do Estado.

“Muitas índias deixam de ter seus filhos em hospitais por medo de não respeitarem suas tradições. Cerca de 80% delas opta por ter o bebê na tribo, o que pode colocar em risco a vida das gestantes e dos recém-nascidos”, afirma Augusta Sato, coordenadora de Saúde do Povo Indígena da Secretaria de Estado da Saúde.

O hospital oferece às parturientes uma alimentação baseada em frango novo, arroz, mingau, milho e derivados e arroz, conforme preconiza a tradição indígena. Além disso, como a índia tem por costume enterrar a placenta após o nascimento do bebê, a placenta é entregue à parturiente em um saco branco leitoso possibilitando o ritual. “Os índios acreditam que o ritual de enterro da placenta interfere no ritmo de vida do recém-nascido. A secretaria segue uma solicitação das tribos”, afirma Sato.

O parto no hospital só é realizados se for de interesse das gestantes e dos dirigentes das aldeias. Além disso, as parteiras podem acompanhar a mulher durante o parto. “Muitas vezes as índias não falam português, o que dificulta o entendimento. Por isso, a presença das parteiras é permitida”, explica Sato.

A hospital foi escolhido pela sua localização próxima às tribos guaranis. O Estado de São Paulo conta com cerca de 2.500 índios vivendo em 15 tribos. Aproximadamente 60% dessa população é formada por mulheres.

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